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segunda-feira, 28 de maio de 2007

É só o que posso fazer agora.


Do outro lado do espelho estava ela.
Amiúde, puxando as pelinhas dos dedos, aquelas que beiram as cutículas. Quase sangrando ela se torturava mais uma vez.
Aquela blusa de lã cheia de bolinhas, a meia furada no dedão, com as pernas cruzadas feito um praticante de yoga maltrapilho. Tudo indica que o dia chegou ao fim.
Passaram-se 3 horas que a outra lá em frente tentava sem sucesso melhorar a pele do rosto.
Ela não sabe mais o que fazer. Seu rosto assemelhava-se a uma plataforma de metrô as 6 da tarde. Tudo indica que todos passarão, se irritarão e irão embora ansiosos para casa, e voltarão mesmo sem querer amanhã pela manhã.
Mais um creme. Já tentou erva-doce, iogurt, nata e avelã. Fez salada de frutas no final de semana, e a carga continua nos vincos de suas bochechas.
Ela não salvou seu dia! Mais uma vez!
Cansada vai se deitar.
O bom de viver, é saber que amanhã terá nova chance, novas peles nos dedos, novas horas, novos cremes, nova oportunidade de salvar o dia.
E finalmente, novamente não faze-lo!


Até que o mal se canse e vá embora, até que o mal me canse e eu jogo fora!
Ps.: Texto dedicado a Tatiele...

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