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terça-feira, 29 de maio de 2007


Tatiele passava a mão em seus lábios lisos e finos, indo e vindo, num ritmo lento.
Parecia que esperava por alguma coisa. Seus dedos estavam vermelhos de batom.
Vejo que ela se sente melhor, vejo um brilho em seus olhos que a tempos estava escondido.
Ela estava ansiosa, a festa acontecia, a bebida subia, a comida sumia e os acontecimentos não justificavam suas expectativas.
De onde eu estava, percebia que ela se colocava na soleira do closet, hora dentro, hora fora, mas não entendo por que. Não havia ninguém interessante por lá.
Sinto tê-la deixado por tanto tempo sozinha, mas gosto de ver a brincadeira de se achar e se perder, esta é uma constante em Tatiele.

No final da festa, já de batom e olhos borrados, notei as sobrancelhas arqueadas, como quem espera um sinal.
Notei também que não somos mais os mesmos. As festas terminam cedo, todas as pessoas estão comprometidas com seus filhos, cônjuges, noivos, animais de estimação, menos Tatiele, que deixou todos os seus compromissos de lado para esperar o que ainda não tem.

Um comentário:

Unknown disse...

fico até sem jeito de comentar sobre tanta verdade com essa bela postagem!!!