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sábado, 16 de fevereiro de 2008


Desde que saiu do closet, Tatiele vem experimentando novos sentimentos diariamente.
O mais azedo é a agonia.
Ela agoniza sempre porque não sabe esperar.
O telefone celular é seu maior confidente. Ela cola seu rosto de pele oleosa no aparelho de tempo em tempo. Ele é seu amigo inseparável.
Tatiele é descontrolada e descobriu isto recentemente.
Abriu as portas para o descontrole que se apoderou de todas as divisões de seu cérebro. Dominado ele só envia comandos para a mão pegar o celular.
Agora Tatiele é prisioneira dele.
Tudo porque Tatiele não tem devoção a nada (somente ao celular), nenhum Santo na idéia dela é capaz de ampará-la na agonia.
Assuntou com Santa Cecília, mas acabou se decepcionando porque não teve resposta para uma de suas perguntas.
Tentou recorrer a Jesus Cristo, mas julgou-se pretensiosa. “Ele deve estar ocupado de mais com assuntos mais importantes”.
Falta de fé...
Fé em que?
Fé no chão que pisa fora do closet.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Cadê minha mãe

Enquanto dormia, imaginava que a mãe velava seu sono, como foi da última vez que dormiu na casa da amiga. O problema é que a mãe que velava seu sono era a mãe da amiga.
Imaginava...
Estava calor, a falta de líquido no corpo a fez sentir sede.

Quando pensou em levantar percebeu que nem sua mãe nem a mãe da amiga estavam ao seu lado.
Ficou triste.
Foi a cozinha caminhando pelo longo corredor com piso frio. Sentiu medo.
Sentiu medo de perder o controle, sentiu medo de não ter onde segurar, sentiu medo do escuro. Sentiu tanto medo, porque há dias não conseguia se sentir em paz para decidir que direção tomar.
Então bebeu a água.
Voltou para o quarto pelo mesmo corredor, agora mais fresco.
Sentou-se na beira da cama olhando seus pés. Pensou em quantos quilômetros ele havia caminhado e levado consigo, corpo, mente e alma. Dividiu com ela experiências simples mais incríveis. Acompanhou seu crescimento e sentiu sensações diversas.
Estes MEUS pés sensíveis... pensou ela.
Os pés que já foram gordinhos, mordidos e acariciados por sua mãe. Aquela que não vela mais seu sono.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Meu amor
Não se atrase na volta, não...

Esperei, esperei,
Não soube o que fazer
Há dias não ando sabendo
Demora um minuto, um suspiro, um grito
Dou pro nada... pro ar, pro vento
Faz calor e não ouço nada que vem da rua
To doida, doida aqui dentro.

Meu amor
Não se atrase na volta, não...

Desarrumei minha vida depois que te conheci
To sem parâmetro, sem rumo
Mais um dia enlouqueço

Porque penso em dormir com minha boca na sua
Respirando o ar que sai de seus pulmões
Porque sonho com seu corpo sempre encostado no meu
Sonho que sou personagem do seu sonho

Meu amor
Não se atrase na volta, não...

Mandei uma mensagem a jato
Pras entidades do tempo
Já me foi verificado
Que nem mesmo haverá segundos
E que os minutos foram reavaliados
E pra cada suspiro serão 10 contados

Meu amor
Não se atrase na volta não...
(Adaptação da música da Céu...lindissíma)

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Enjoy the silence


Palavras violentas, quebrando o silêncio
Vem destruindo, o meu pequeno mundo
É doloroso pra mim, fica me machucando
Você não consegue entender
Oh, meu amor

Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu preciso
Está aqui em meus braços

Promessas são feitas
E podem ser quebradas
Penso nisso quando as palavras me machucam
Minhas emoções são intensas
E a dor também
Quanto aos prazeres, sentirei falta

Tudo que eu sempre quis
Tudo que eu preciso
Está aqui em meus braços

Palavras são desnecessárias
Elas só causam desgosto
Aprecie o silêncio.

(Depch mode - com algumas adaptações)

Pensamentos sobre as novidades violentas da vida de Tatiele.





sábado, 2 de fevereiro de 2008

The end...

Enfim Tatiele saiu do closed.

Mas este não é o fim de seus cozidos. Agora inicia-se uma nova fase em sua vida - fora do closed.

Tatiele escolheu uma de suas particularidades para se relatar aqui.

Agora começaram novas estórias, sempre relatadas pelo ponto de vista ácido de Tatiele.

Enfim, é o fim do closed.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

E foi assim que as portas se abriram.

Aparentemente tudo parecia sob controle.
Encontrava-se no mesmo lugar, todos os dias, mas não com os mesmos pensamentos.
Via-se mais integra. Inteiramente segura de suas confusões, inquietações e de seu posicionamento sobre a vida, os acontecimentos, escolhas e seu dia a dia.
Naquele dia escolheu desfilar seu novo ornamento. Uma bela tatuagem no ombro esquerdo que ilustrava sua alegria, aquela indizível.
Ilustrava também seu manifesto intimo e sensual.
Eu sou assim... festa melancólica, música urbana, beleza incomum.
Trabalhava seus sentidos e sentimentos há tempos. Orgulhava-se de suas vitórias e estampava no rosto um olhar que assinava suas conquistas pessoais.
Caminhando no bairro nobre, curtindo a música urbana, pegou o ônibus descontraída e seguiu o destino pela empresa de ônibus definido. Já no metrô, (linha reta desenhada pelos engenharos dos transportes públicos da cidade de São Paulo) tudo parecia mais interessante do que normalmente era, e justamente naquele canto do vagão que despontou o sorriso mais promissor do ano.
Este sorriso insistente a fez rir também e acreditar que pessoas inocentes ainda habitavam a selva de pedras e trilhos em que vivia.
Sentiu-se incomodada com tamanha “cara de pau”, pois não costumava acreditar na inocência primeira daquela turma de malandros.
Pensou em saltar pro alto, ou talvez fosse melhor saltar pra fora do vagão. Não sabia ao certo o que fazer, mas não quis perder mais uma oportunidade. Então deu ouvidos a sua intuição e continuou exposta sentindo-se como uma vitrini de loja de chocolates finos.
Ele chegou e sorriu novamente. Desta vez um sorriso condescendente que afirmou o que naquele momento era incomum e delicioso. E nunca mais se foi...

Foi assim que as portas se abriram.
E sabe-se lá por que resolveram se abrir justamente naquela hora, visto que por tanto tempo buscou as chaves, tentou com ignorância arrombar as portas, chuta-las e até chamou eventuais chaveiros.

Sabe-se que ela ainda está confusa, sonha com demônios e ainda gosta do azedo na língua. Sabe-se também que o sorriso não é tão inocente quanto parecia, mas está feliz.