Mais um pequeno texto de Tatiele.
Extraído de seu diário secreto.
Deixei o copo de leite morno na prateleira do closet.
Saí ladeando o gato que queria pular da janela do quarto, lamentando o cio agora solitário.
Só nestas horas me lembro que tenho que leva-la ao veterinário para castrar.
Pobre coitada, quando chegar prenha, seguirá meses com sua barriga pesada tendo a maternidade irrevogável.
Pensando bem, irrevogável é o tempo, e eu sou perecível!
Há tempos deixaram de vigorar em mim alguns impulsos...
Fumei um cigarro, voltei ao closet, peguei o copo esquecido já com nata sob o leite.
Eu e leite somos muito parecidos.
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