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sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Mãos e Luvas

Balançam despercebidas as mãos que procurei por esses dias.
São grandes aquelas que seguraram as minhas na saída no final da noite.
Gosto quando elas tocam meu peito, gosto quando as minhas se perdem entre seus dedos compridos.
Gosto quando gentis elas tocam os meus quadris, e quando caminhamos me abraçam e aliviam meus anseios.
Espero por elas enquanto seguram o copo ou gesticulam suas falas, de longe procuro decifra-las.
Não são tão explicitas quanto às músicas que canta, ou como quando segura outras mãos.
Balançam despercebidas elas duas.
Enquanto uma acena a outra afaga.
Só tateiam meus caminhos quando convêm.
Entrego-me a elas no seu “vai e vem” buscando mais do que elas me oferecem.
E quando elas vão embora
, fico triste, mas sei que reagem conforme minhas particularidades, que pouco sabem sobre dar e receber.
No final da estória se retraem, e na despedida são maiores, enfáticas e desinibidas.
E da esquerda para direita, já vestidas com as luvas da verdade dizem adeus e deixam saudades.

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