Tem ojeriza de qualquer tipo de envolvimento e toma calmantes para dormir.
A ela foi confiada uma vida, mas tem dúvidas também entre dar o mel ou os antibióticos.
Vende sua crise por piedade, cria dó por igualdade.
Encaixota livros que não leu e cataloga sonhos que não viveu.
Satiriza seu dia a dia e caminha no final da tarde para esquecer de lembrar:
Que não mais será maior do que pode ser, nem a dor e nem o próprio ato de ser.
A dura condição humana consiste em aceitar e conviver
com a escolha, com a auto-piedade, os medos e com os sonhos reais e ilusórios.
E quem não ri de si para viver?
Se eu te olhar no buraco da fechadura, vou te gostar, vou querer rolar e rir com você.
Vou te escrever, vou te contar
que nesta noite sonhei com cenouras podres no ralo do chuveiro;
e que você dormia no chão do banheiro
e eu tentava te acordar.
Seria o teu ou o meu olhar?
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