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segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sete

Ela estava no vagão metrô rumo ao Leste quando ouviu a voz do condutor anunciando a estação. Num salto levantou do banco e desceu.
Talvez naquela tarde seria salva da inércia.
Subiu as escadas rolantes com os olhos atentos e curiosos a procura da figura que descreveram com tanto entusiasmo.
O jovem alto, solitário e ateu, cuja numerologia ela sabia de cor.
Parou próximo as catracas, em frente a S.S.O sentindo-se ridícula, mas logo tratou de espantar o mal-estar, afinal tratava-se de mais uma possibilidade.
Observou as pessoas por algum tempo. Viu alguns grisalhos barrigudos nada parecidos com a descrição da torcida.
O tempo passou e ela se cansou. Olhando o relógio como quem não quer mais esperar, foi embora desapontada.
Pensou em diversas possibilidades, talvez algo mais objetivo. Gostaria que tudo desse certo desta vez, então pensou em emprestar seu corpo a uma alma mais aberta a este tipo de experiência enquanto não se sentia preparada.
Chegando em casa, largou a bolsa no sofá e ligou a TV. Passava um programa deste tipo “Tarde coçando e aprendendo a disfarçar”. Foi ai que ouviu o que seria sua próxima tentativa, com atenção, papel e caneta nas mãos:

Numa noite de lua cheia, lave o corpo do tronco para baixo com água tingida de anilina azul índigo e seque-se com uma toalha virgem. Vista-se com uma roupa sensual e passe um perfume floral com 7 marias-sem-vergonhas maceradas.

Vá a uma encruzilhada, reze 7 vezes o “Credo” as 7 da noite. Siga para um boteco e peça 7 Marias-moles, todas com uma lasca de canela em pau.

Fume um cigarro na esquina da lanchonete e espere 7 minutos.
É infalível!!!

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